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1956
Em 1956, a Escola de Belas Artes de Araraquara, fundada em 1935, transfere-se para outro estabelecimento.
Para marcar a inauguração desse novo local, o Núcleo de Belas Artes desse estabelecimento monta um programa, no qual consta uma exposição retrospectiva de Anita Malfatti, no Teatro Municipal dessa cidade. -
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Em junho de 1957, no Club dos Artistas de São Paulo, inaugura-se uma exposição de Anita Malfatti, comemorativa do 40º aniversário de sua exposição de 1917, mostra sempre lembrada como “a que marcou o início do modernismo”.
Os jornais que registram o evento destacam os artistas, as personalidades presentes na inauguração, entre as quais Carlota Pereira de Queiróz, a primeira deputada federal eleita em 1933, apoiada por Anita.
O jornal A Gazeta, por sua vez, trata das ideias sobre pintura que Anita Malfatti defende:
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Em agosto desse ano, Anita Malfatti visita as obras de construção do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, projeto do arquiteto moderno Afonso Eduardo Reidy.
A pintora é recepcionada por uma das fundadoras do Museu, Niomar Moniz Sodré, e, entre outros, pelas artistas Zélia Salgado e Ligia Clark.
“Alegre, espirituosa e com uma vivacidade magnífica” – como escreve a jornalista –, Anita fala de sua exposição de 1917-1918 e da resistência de então à arte moderna.Diz que voltará ao MAM com uma exposição no próximo ano. Expressa sua simpatia por Ligia Clark, ao que lhe respondem ser a artista “muito louvada e combatida”. Solidária, Anita afirma “já estar matriculada” no curso que Ligia oferecerá “se for de pintura concreta”.
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1957
No decênio de 1950, os museus de São Paulo e do Rio de Janeiro organizam várias exposições de artistas brasileiros para representarem o país no estrangeiro.
Em junho desse ano de 1957, com o patrocínio da Embaixada do Brasil, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realiza uma mostra no Museo Nacional de Bellas Artes de Buenos Artes
Anita Malfatti expõe ali a tela A BOBA, pintura que data de 1915-1916.
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1959
Em 5/4/1959, o Suplemento do Correio Paulistano imprime conto de Anita Malfatti, “O Anjo Fardado”.
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Di Cavalcanti abre exposição na Galeria São Luís, SP. O Diário de S. Paulo, 11/10/1959, publica reportagem sobre a mostra, na qual estampa uma fotografia de Anita Malfatti ao lado de Maria Eugênia Franco e Paulo Mendes de Almeida. Procurador do Estado, que desde o final do decênio de 1930 escreve crítica de arte, em 1961 Mendes de Almeida lança, como testemunha da “vida artística” de São Paulo, De Anita ao Museu.
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No final do ano de 1959, o jornal O Estado de S. Paulo publica dois artigos assinados por R. M. intitulados “A Mulher nas Artes Plásticas”: 25/9 e 2/10.
Em ambos, o articulista discorre sobre Anita Malfatti, sendo que no primeiro é impresso o desenho que a artista faz para o artigo.
No ano seguinte, Pietro Maria Bardi, diretor do Museu de Arte de São Paulo, abre a exposição Contribuição da Mulher às Artes Plásticas.
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O primeiro pintor moderno no país foi uma mulher: Anita Malfatti.
Esse é o título do artigo de Geraldo Ferraz para O Estado de S. Paulo. Após escrever que cabe a Segall, por cronologia, a primeira exposição moderna no país, Ferraz afirma ser Anita o primeiro pintor moderno local.
Além dessa explicação "cronológica", hoje pouco convincente*, o crítico apenas repete lugares-comuns de textos divulgados desde o decênio de 1920.
* Sobre a incoerência nas datações das obras de Segall ver Claudia Valladão de Mattos.
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Nesse ano de 1963, a Casa do Artista organiza uma exposição de Anita Malfatti.
Poucos são os registros dessa mostra, ainda que se encontrem várias notas em jornais que a divulgam.
Considere-se que, desde fins do decênio de 1950, o jornal deixa de ser o veículo de debates de ideias. O jornalismo já é outro, e Anita Malfatti já é memória.
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